Arquivo da categoria: Congresso Interno Fiocruz

Discurso da Delegação estudantil na abertura do VIII Congresso Interno da Fiocruz

Dentro do contexto atual, este é um Congresso histórico para a instituição e o SUS.
Aqui estão representados atores sociais que fundamentam a Fiocruz como instituição de Estado, e estes devem ter voz e voto na definição dos processos e ações estratégicas da instituição. Nós estudantes da Fiocruz, defendemos que esta seja uma orientação deste congresso.

Pela primeira vez, também, estaremos aqui representados. E como pensar Fiocruz, sem lembrar daqueles que movem suas engrenagens? Esse é um espaço de construção e consolidação da participação estudantil dentro Fiocruz. Dentro do universo de estudantes com os quais cada um de vocês trabalham todos os dias, vocês verão apenas cinco deles circulando pelos espaços do Congresso como observadores, ainda assim, sem direito ao voto. Temos a tranquilidade do legado que carregamos, de que estamos inseridos em contextos históricos, o que aumenta a nossa responsabilidade. Iniciamos os trabalhos com a clareza de que cada um de vocês são representantes das pautas estudantis e percebem os desafios que hoje enfrentamos.

Avançamos com o Congresso Interno no sentido de fortalecer os processos democráticos. A consolidação da Fiocruz Nacional, passa necessariamente por viabilizar de maneira mais direta as contribuições minoritárias, de modo que as demandas de cada região do país esteja colocada nos debates das plenárias. Também não há como defender a democracia sem praticá-la nos espaços internos, sem incluir os diferentes atores, sem considerar efetivamente os estudantes e sem ouvir as unidades regionais.

Consideramos importante a leitura da tese proposta pelo conjunto de estudantes da Fiocruz e referendada pelo Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos.

TESE:

Preparar profissionais para o Sistema Único de Saúde, público e universal é definitivo para os rumos do país. A continuidade de um projeto democrático passa necessariamente pela formação de novos quadros comprometidos com o desenvolvimento nacional e com a superação das desigualdades. A inclusão e permanência de populações historicamente excluídas dos processos de produção do conhecimento é estruturante para a Fiocruz do futuro.

QUESTÃO / FUNDAMENTAÇÃO

Como atuar de maneira estratégica na formação de profissionais para o SUS e para a pesquisa em saúde, considerando o caráter estrutural da renovação e ampliação de quadros de maneira inclusiva e democrática?

A presente conjuntura apresenta uma cruel contradição: ao mesmo tempo em que altas taxas de desemprego no país se reconfiguram em trabalho informal, precarizado, terceirizado, sem vínculo empregatício nem direitos trabalhistas, cresce também a demanda por qualificação profissional e pós-graduações. As políticas neoliberais de austeridade, implementadas mais fortemente pelo governo Temer, como a reforma trabalhista, o contingenciamento do orçamento público pela Emenda Constitucional 95 e os cortes de investimento em ciência, tecnologia e educação, causam um agravamento das condições de desamparo ao trabalhador. São atingidos especialmente aqueles em condições precarizadas, como os com vínculos terceirizados e bolsistas. Os pós-graduandos bolsistas das agências de fomento, por exemplo, além de terem que se sustentar com bolsas com valores defasados estão sujeitos a atrasos e cortes no pagamento. Por outro lado, parte dos pós-graduandos que não possuem bolsa tem vínculo empregatício precarizado, portanto vivem uma sobrecarga.

A Fiocruz, por meio da pós-graduação lato sensu e de seus mestrados profissionais, possui caráter estratégico na formação de profissionais comprometidos com o SUS e com a manutenção de seus princípios e de sua integridade. Proteger e assistir o aluno de pós-graduação é um ato político para garantir a continuidade do projeto da instituição, especialmente nas condições adversas de desmonte da saúde e de precarização do trabalho. Defender o pós-graduando é defender a Fiocruz e, portanto, o SUS e a saúde como direito de todos.

A pós-graduação stricto sensu, por sua vez, é a principal constituinte das dinâmicas da pesquisa científica dos quais a comunidade da Fiocruz tanto se orgulha. Sem mestrandos e doutorandos acadêmicos não há caracterização do vírus zika, não há pesquisa de doenças negligenciadas, a cadeia produtiva da Fiocruz não avança e não há como se pensar melhorias para o SUS e para a saúde brasileira. Dessa forma, a instituição precisa ter uma política institucionalizada de assistência estudantil, que garanta a continuidade do amparo e da permanência do pós-graduando, independente da conjuntura político-social e das flutuações de interesses de governos e gestões. Defender o pós-graduando é defender a ciência e tecnologia nacionais e, portanto, a soberania e o desenvolvimento do país.

O desamparo do pós-graduando, especialmente na atual conjuntura, resulta em sofrimento mental e na dessolidarização. A ausência de políticas de assistência estudantil reflete-se na formação de um perfil de estudantes elitizado e descomprometido com os interesses públicos. Dessa forma, além de fomentar a permanência é necessário permitir também que se diversifique o perfil do ingressante.

A atual conjuntura apresenta mais uma particularidade à composição da pós-graduação. As políticas afirmativas de cotas sociais e raciais, junto com políticas de inclusão ao ensino superior, como Fies e Prouni, adotadas na última década diversificaram significativamente o perfil do egresso da graduação e do potencial aluno de pós-graduação. Essas políticas também reforçam a necessidade de medidas de permanência estudantil e do aumento na alocação de recursos para garantir a qualidade dos processos educacionais.

A pós-graduação, historicamente reservada às elites financeiras e intelectuais, tem agora a possibilidade sem precedentes de diversificar seus componentes. Nós acreditamos, portanto, que é obrigação da instituição assegurar a democratização do direito à pós-graduação como forma de dar continuidade à superação dos mecanismos estruturais de manutenção das desigualdades.

Salientamos a importância de incluir nos processos de especialização profissional e de produção científica pessoas de todos os estratos sociais, gêneros, raças e etnias. Primeiro, porque uma medida inclusiva nesse sentido se refletiria na diversificação dos componentes do mercado de trabalho, do SUS e do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Segundo, porque os atores que participam da ciência são constituintes do conhecimento gerado e, portanto, alteram substancialmente esses saberes. Permitir que as populações marginalizadas participem diretamente das dinâmicas de produção de conhecimento é fomentar a ciência cidadã, interessada nos problemas locais e específicos a essas populações. É, prioritariamente, defender o SUS em sua universalidade e considerar as particularidades de um país com a dimensão e diversidade continentais do Brasil.

DIRETRIZES POLÍTICO-INSTITUCIONAIS DA FIOCRUZ

Promover a assistência e a qualidade de vida dos profissionais em processo formativo que frequentam a instituição, sejam eles bolsistas, não bolsistas ou colaboradores voluntários, por meio da aprovação de uma Política Institucional de Assistência Estudantil.

Garantir o transporte dos estudantes até a Fiocruz ao permitir o acesso desses aos transportes institucionais e ao ampliar essas iniciativas.

Assegurar condições adequadas de moradia aos estudantes que necessitarem, através de seleção pública, como compromisso estrutural na formação de pessoas e de inclusão na direção romper com as desigualdades.

Subsidiar restaurantes que forneçam alimentação saudável, diversificada e de qualidade a preços populares e compatíveis às possibilidades financeiras dos estudantes da Fiocruz, como critério de licitação, contratação e cessão de espaços.

Adotar políticas afirmativas de cotas raciais e sociais para garantir a inclusão de grupos historicamente excluídos em todos os programas de pós-graduação da Fiocruz.

Assegurar vagas nas creches para os filhos das mães e pais estudantes. Especialmente para garantir que mulheres não tenham que abandonar os processos formativos devido à maternidade e evitar assim uma injustiça de gênero.

Desenvolver políticas institucionais de assistência psicológica e contra o assédio ao estudante da pós-graduação.

Garantir o fomento para comunicação científica (publicação em periódicos, participação em congressos) dos produtos e resultados oriundos das pesquisas desenvolvidas, bem como, maior transparência na alocação destes recursos.

Estruturar os processos administrativos relativos aos estudantes, como aqueles de desligamento e corte de bolsa, de modo que eles sejam imparciais, justos e não vexatórios. Que haja transparência em processos públicos e democráticos.

Vincular os e-mails dos estudantes da Fiocruz à lista L para que todos recebam notícias institucionais, inclusive aquelas referentes às condições de segurança dos campi. Conceder a cada estudante um e-mail funcional com domínio da unidade a qual é vinculado.

Garantir representatividade estudantil democrática nas instâncias de gestão da instituição. Assegurar o direito a voto paritário da classe dos estudantes nos processos institucionais eleitorais e deliberativos.

Superar a médio e longo prazo todos os mecanismos de precarização da vida, como comprometimento inalienável das instituições de saúde.

Regulamentar os diferentes vínculos de trabalho do pós-graduando e atentar-se aos diferentes processos em que estão inseridos, tais como exaustivas jornadas e condições de trabalho permeadas por várias classes de risco.

Reafirmar seu compromisso institucional de defesa dos pós-graduandos frente às políticas públicas e ações dos órgãos de fomento, indução e estruturação da pesquisa no país e nos estados nos quais a Fiocruz está presente.

Esperamos sair desses quatro dias de debates com uma Fiocruz ainda mais unida e forte na defesa do SUS, como comprometimento com a superação das desigualdades.

Colegiado de Representantes Discentes da Fiocruz|Chapa Eleita – VIII Congresso Interno FIOCRUZ | Mandato na CPA

Aos vinte e dois dias de novembro, de dois mil e dezessete, às nove horas, na cidade do Rio de Janeiro, na Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, com transmissão online, realiza-se o Colegiado de Representantes Discentes da Fiocruz.

Com as seguintes pautas: informes; homologação de chapa eleita para o Congresso Interno; indicação de novo mandato para a Comissão Própria de Avaliação; Congresso Nacional de Pós Graduandos da Fiocruz.

Não havendo inclusão de pautas pelo colegiado.

Com a presença de representantes discentes dos seguintes programas:

Ensino técnico de nível médio (ETS)

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Saúde (PPGBS)

Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM)

Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária (PPGBP)

Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde (PPGEPS)

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde (PPGEBS)

Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública (PPGEPISP)

Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS)

Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical (PPGMT)

A assembleia inicia-se às nove horas e trinta minutos.

Informes.

APG Fiocruz.

Foi apresentada atuação recente da Associação de Pós Graduandos da Fiocruz. Destaque para atuações recentes em relação às pautas de alojamento, transporte e futura sala sede da APG. Inserção da APG no comitê institucional de prevenção de assédio, a partir de dezembro, e construção de fluxo de atendimento de casos no contexto da entidade. Inauguração do Centro de Apoio Discente e sala sede da APG, no dia 30 de novembro, às 11h, na sala 910, do prédio da Expansão do campus.

PPGEBS.

Aponta desafios no papel da representação discente (existe a necessidade de manter 4 representantes da EBS, visto que é um curso dinâmico constituído por professores atuantes nas redes de ensino.) Atualmente o representante titular do doutorado está encerrando e as duas representantes do mestrado estão prestes a defender. Atuação dos representantes na reformulação do regulamento. Total de quatro representantes discentes na CPG.

Representação discente no IOC.

Papel e inserção da representação geral dos estudantes nos fóruns deliberativos do IOC de maneira consolidada. Atuação em relação às bolsas Faperj. Diante da implementação de cotas para entradas nos programas de pós-graduação (PPG), via portaria da Presidência da Fiocruz, aponta a importância de que o coletivo de estudantes tenha papel ativo na discussão de cotas para os PPGs. Dificuldades de acolher casos de assédio, destaca a importância da criação do Centro de Apoio ao Discente neste sentido.

PPGBS.

Aponta problemas estruturais no estabelecimento dos calendários dos cursos e conflitos com créditos obrigatórios. Destaca os casos de assédio e a necessidade de debater os processos de inclusão de discentes cotistas dentro dos PPGs. Carga horárias exaustivas dedicadas ao trabalho em laboratório.

ETS.

Destaque para pauta dos estudantes da modalidade EJA. Ressalta representatividade estudantil garantida no CD da unidade, no entanto, sem garantias efetivas para viabilizar a presença neste espaço, como a não dispensa de aulas. Aponta a relevância de incluir nas discussões, também, de alunos do pré-vestibular ofertado pela unidade. Destaca demandas relativas a assistência estudantil.

PPGMT.

Destaca desafio de padronização de créditos obrigatórios. Se compromete a compartilhar experiência, na rediscussão dos créditos do programa, com o coletivo.

PPGBCM.

Destaca a importância de pautar que atividades de interesse, como palestras, sejam disponibilizadas virtualmente.

Homologação de chapa eleita para o Congresso Interno.

Repasse do processo de participação estudantil no VIII Congresso Interno, disponível no blog da APG.

Leitura da versão final da tese proposta pelos estudantes da Fiocruz para o VIII Congresso Interno, disponível no blog da APG. Ficando ela sendo a diretriz a partir da qual este coletivo orienta a atuação da delegação estudantil.

Leitura de carta de apresentação e comprometimentos da única chapa inscrita no processo eleitoral para delegação estudantil, disponível no blog da APG.

Homologação do processo eleitoral e da Chapa 1, chapa única, como eleita para constituir a delegação estudantil durante o VIII Congresso Interno.

Indicação de novo mandato para a Comissão Própria de Avaliação.

Apresentação de, único, nome de discente que manifestou interesse via chamada pública.

Ato contínuo, por ser de interesse de apenas uma discente, não requerendo outro critério além da elegibilidade. Fica indicado o nome de Patrícia Estrella Liporace Barcelos (ICICT) para mandato na CPA.

Congresso Nacional de Pós Graduandos da Fiocruz.

Indicativo de data: 13 a 15 de março.

Destaque para o caráter formativo da participação estudantil. Importância de considerar modelo de fórum discente realizado pelo IOC. Solicitação de apoio à Coordenação de Integração Nacional da Fiocruz.

ENCAMINHAMENTOS.

  • Estabelecer posicionamentos do colegiado em torno da pauta de cotas para os PPGs.
  • Atuação articulada nos diferentes fóruns com representação discente de modo a pautar reestruturação de créditos obrigatórios e formulação de calendários acadêmicos coordenados com demais atividades discentes.
  • Atuação articulada de modo a pautar processos transparentes de exclusão de alunos dos PPGs.
  • Atuação articulada de modo a pautar ampliação do acesso virtual à atividades formativas.
  • Alunos do nível médio, discutirão a tese “Inclusão e assistência estudantil” e apresentarão orientações à atuação da delegação estudantil para o VIII Congresso Interno.
  • Início imediato das reuniões para formação de comissões para realização do Congresso Nacional de Pós Graduandos da Fiocruz.

O colegiado teve fim às doze horas, do dia vinte e dois de novembro de dois mil e dezessete.

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2017

Subscrevem.

Ana Carolina Proença da Fonseca (PPGBCM)

Barbara Coelho Barbosa da Cunha (PPGEPISP e APG)

Geovane Dias Lopes (PPGBP e IOC)

Jefferson de Matos Campos (PPGICS e APG)

Jeiel Gabrir Carvalhaes (PPGBS)

Julia Barcelos Bittencourt (ETS e Grêmio Poli)

Josiane Nogueira Müller (PPGMT)

Júlio César Sanches Silva (PPGEPS)

Thays Merçon (PPGEBS)

 

VIII CONGRESSO INTERNO FIOCRUZ |CHAPA INSCRITA E PROCESSO ELEITORAL

CHAPA INSCRITA

CHAPA 1 – CARTA DE APRESENTAÇÃO E COMPROMETIMENTOS


VOTAÇÃO

O votação será conduzida de maneira eletrônica, todos os estudantes regularmente matriculados na Fiocruz estão aptos a votarem.

PERÍODO DE VOTAÇÃO: 19 DE NOVEMBRO DE 2017; até 21 DE NOVEMBRO DE 2017, às 23h59.

LINK PARA REGISTRO DO VOTO: https://goo.gl/forms/bG6CLxA1NRhDWHQA2

 

VIII CONGRESSO INTERNO FIOCRUZ | Convocatória para eleição de chapas

Confira a convocatória para eleição de chapas para delegação estudantil. No link: CONVOCATÓRIA PARA ELEIÇÃO DE CHAPAS – CONGRESSO INTERNO

O Congresso Interno é o órgão máximo de representação da comunidade da Fundação Oswaldo Cruz. A ele compete deliberar sobre assuntos estratégicos relacionados ao macroprojeto institucional, sobre o regimento interno e propostas de alteração do estatuto, bem como sobre matérias de importância estratégica para os rumos da instituição. As competências desse órgão colegiado estão explicitadas no Estatuto da Fiocruz.

A cada quatro anos, o Congresso Interno se reúne. É presidido pelo presidente da Fiocruz e composto por delegados eleitos pelas unidades, em número proporcional aos de seus servidores. A primeira edição do Congresso Interno ocorreu em 1988, durante a gestão de Sérgio Arouca.

A delegação estudantil deverá defender a tese proposta pelos estudantes, denominada “Inclusão e assistência estudantil”, e acompanhar as discussões e todo o processo do Congresso Interno Fiocruz. Além de estar comprometida com todos os alinhamentos propostos em Assembléia Estudantil, pelo Colegiado de Representantes Discentes, pela APG Fiocruz, Grêmio Poli e demais entidades estudantis formalizadas no âmbito institucional.

 

VIII CONGRESSO INTERNO FIOCRUZ: ATA E TESE “Inclusão e assistência estudantil”

Ata da Assembleia dos estudantes da Fiocruz

Pauta:

Congresso Interno da Fiocruz 2017

  • Tese dos estudantes
  • Eleição de delegados

A assembleia ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, localizado no Pavilhão Arthur Neiva (Campi Manguinhos/RJ) e teve início à 12:45.

Estavam presentes no auditório 15 estudantes. A transmissão online contou com dois estudantes do RJ e oito estudantes da Fiocruz-PE, espectadores registrados e com contribuição.

Primeiro foi explicado a importância, periodicidade e objetivos do Congresso Interno da Fiocruz.

A tese foi apresentada e posteriormente discutiu-se as sugestões apresentadas.

Dentre os pontos a serem acrescidos à tese, que foram aprovados, estão:

  • Salientar estudantes não bolsistas e voluntários;
  • Reforçar que a formação do pós graduando da Fiocruz é para o SUS e para a pesquisa nacional e que isso é essencial para a C&T o desenvolvimento do país;
  • Ressaltar a:
    • importância dos estudantes para o desenvolvimento nacional;
    • garantia do voto paritário em todas as instâncias e decisões institucionais ;
    • garantir o fomento para a divulgação dos produtos oriundos das pesquisas desenvolvidas, bem como, maior transparência na alocação destes;
    • que os FIES e PROUNI possuem limitações;
    • que os estudantes devem obter e-mail institucional da unidade e receber os emails da Fiocruz via lista L;
    • que os processos administrativos relativos aos estudantes sejam imparciais, justos e não vexatórios;
    • garantia de adicional (remuneração) adequado e compatível com o  nível de segurança biológica do laboratório;
    • garantia de adicional (remuneração) adequado e compatível com a jornada de trabalho do estudante.

Encaminhamentos:

Serão apresentadas diretrizes gerais para composição de chapas. Estas diretrizes prezarão critérios de distribuição geográfica, proporcionalidade e níveis de ensino ofertados pela instituição.

No prazo de sete dias após a Assembleia, será encaminhada a proposta de diretrizes para que todo o conjunto de estudantes possa contribuir. Após as contribuições iniciaremos um processo eleitoral eletrônico. Que envolverá carta de apresentação das chapas e votação online.

A Assembleia, inclui nas suas deliberações a convocação do colegiado de representantes discentes, à realizar-se entre novembro e dezembro.

30 de outubro de 2017

______

TESE ENVIADA À COMISSÃO DO CONGRESSO INTERNO

“Inclusão e assistência estudantil”

Preparar profissionais para o Sistema Único de Saúde, público e universal é definitivo para os rumos do país. A continuidade de um projeto democrático passa necessariamente pela formação de novos quadros comprometidos com o desenvolvimento nacional e com a superação das desigualdades. A inclusão e permanência de populações historicamente excluídas dos processos de produção do conhecimento é estruturante para a Fiocruz do futuro.

QUESTÃO / FUNDAMENTAÇÃO

Como atuar de maneira estratégica na formação de profissionais para o SUS e para a pesquisa em saúde, considerando o caráter estrutural da renovação e ampliação de quadros de maneira inclusiva e democrática?

A presente conjuntura apresenta uma cruel contradição: ao mesmo tempo em que altas taxas de desemprego no país se reconfiguram em trabalho informal, precarizado, terceirizado, sem vínculo empregatício nem direitos trabalhistas, cresce também a demanda por qualificação profissional e pós-graduações. As políticas neoliberais de austeridade, implementadas mais fortemente pelo governo Temer, como a reforma trabalhista, o contingenciamento do orçamento público pela Emenda Constitucional 95 e os cortes de investimento em ciência, tecnologia e educação, causam um agravamento das condições de desamparo ao trabalhador. São atingidos especialmente aqueles em condições precarizadas, como os com vínculos terceirizados e bolsistas. Os pós-graduandos bolsistas das agências de fomento, por exemplo, além de terem que se sustentar com bolsas com valores defasados estão sujeitos a atrasos e cortes no pagamento. Por outro lado, parte dos pós-graduandos que não possuem bolsa tem vínculo empregatício precarizado, portanto vivem uma sobrecarga.

A Fiocruz, por meio da pós-graduação lato sensu e de seus mestrados profissionais, possui caráter estratégico na formação de profissionais comprometidos com o SUS e com a manutenção de seus princípios e de sua integridade. Proteger e assistir o aluno de pós-graduação é um ato político para garantir a continuidade do projeto da instituição, especialmente nas condições adversas de desmonte da saúde e de precarização do trabalho. Defender o pós-graduando é defender a Fiocruz e, portanto, o SUS e a saúde como direito de todos.

A pós-graduação stricto sensu, por sua vez, é a principal constituinte das dinâmicas da pesquisa científica dos quais a comunidade da Fiocruz tanto se orgulha. Sem mestrandos e doutorandos acadêmicos não há caracterização do vírus zika, não há pesquisa de doenças negligenciadas, a cadeia produtiva da Fiocruz não avança e não há como se pensar melhorias para o SUS e para a saúde brasileira. Dessa forma, a instituição precisa ter uma política institucionalizada de assistência estudantil, que garanta a continuidade do amparo e da permanência do pós-graduando, independente da conjuntura político-social e das flutuações de interesses de governos e gestões. Defender o pós-graduando é defender a ciência e tecnologia nacionais e, portanto, a soberania e o desenvolvimento do país.

O desamparo do pós-graduando, especialmente na atual conjuntura, resulta em sofrimento mental e na dessolidarização. A ausência de políticas de assistência estudantil reflete-se na formação de um perfil de estudantes elitizado e descomprometido com os interesses públicos. Dessa forma, além de fomentar a permanência é necessário permitir também que se diversifique o perfil do ingressante.

A atual conjuntura apresenta mais uma particularidade à composição da pós-graduação. As políticas afirmativas de cotas sociais e raciais, junto com políticas de inclusão ao ensino superior, como Fies e Prouni, adotadas na última década diversificaram significativamente o perfil do egresso da graduação e do potencial aluno de pós-graduação. Essas políticas também reforçam a necessidade de medidas de permanência estudantil e do aumento na alocação de recursos para garantir a qualidade dos processos educacionais.

A pós-graduação, historicamente reservada às elites financeiras e intelectuais, tem agora a possibilidade sem precedentes de diversificar seus componentes. Nós acreditamos, portanto, que é obrigação da instituição assegurar a democratização do direito à pós-graduação como forma de dar continuidade à superação dos mecanismos estruturais de manutenção das desigualdades.

Salientamos a importância de incluir nos processos de especialização profissional e de produção científica pessoas de todos os estratos sociais, gêneros, raças e etnias. Primeiro, porque uma medida inclusiva nesse sentido se refletiria na diversificação dos componentes do mercado de trabalho, do SUS e do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Segundo, porque os atores que participam da ciência são constituintes do conhecimento gerado e, portanto, alteram substancialmente esses saberes. Permitir que as populações marginalizadas participem diretamente das dinâmicas de produção de conhecimento é fomentar a ciência cidadã, interessada nos problemas locais e específicos a essas populações. É, prioritariamente, defender o SUS em sua universalidade e considerar as particularidades de um país com a dimensão e diversidade continentais do Brasil.

DIRETRIZES POLÍTICO-INSTITUCIONAIS DA FIOCRUZ

Promover a assistência e a qualidade de vida dos profissionais em processo formativo que frequentam a instituição, sejam eles bolsistas, não bolsistas ou colaboradores voluntários, por meio da aprovação de uma Política Institucional de Assistência Estudantil.

Garantir o transporte dos estudantes até a Fiocruz ao permitir o acesso desses aos transportes institucionais e ao ampliar essas iniciativas.

Assegurar condições adequadas de moradia aos estudantes que necessitarem, através de seleção pública, como compromisso estrutural na formação de pessoas e de inclusão na direção romper com as desigualdades.

Subsidiar restaurantes que forneçam alimentação saudável, diversificada e de qualidade a preços populares e compatíveis às possibilidades financeiras dos estudantes da Fiocruz, como critério de licitação, contratação e cessão de espaços.

Adotar políticas afirmativas de cotas raciais e sociais para garantir a inclusão de grupos historicamente excluídos em todos os programas de pós-graduação da Fiocruz.

Assegurar vagas nas creches para os filhos das mães e pais estudantes. Especialmente para garantir que mulheres não tenham que abandonar os processos formativos devido à maternidade e evitar assim uma injustiça de gênero.

Desenvolver políticas institucionais de assistência psicológica e contra o assédio ao estudante da pós-graduação.

Garantir o fomento para comunicação científica (publicação em periódicos, participação em congressos) dos produtos e resultados oriundos das pesquisas desenvolvidas, bem como, maior transparência na alocação destes recursos.

Estruturar os processos administrativos relativos aos estudantes, como aqueles de desligamento e corte de bolsa, de modo que eles sejam imparciais, justos e não vexatórios. Que haja transparência em processos públicos e democráticos.

Vincular os e-mails dos estudantes da Fiocruz à lista L para que todos recebam notícias institucionais, inclusive aquelas referentes às condições de segurança do campi. Conceder a cada estudante um e-mail funcional com domínio da unidade a qual é vinculado.

Garantir representatividade estudantil democrática nas instâncias de gestão da instituição. Assegurar o direito a voto paritário da classe dos estudantes nos processos institucionais eleitorais e deliberativos.

Superar a médio e longo prazo todos os mecanismos de precarização da vida, como comprometimento inalienável das instituições de saúde.

Regulamentar os diferentes vínculos de trabalho do pós-graduando e atentar-se aos diferentes processos em que estão inseridos, tais como exaustivas jornadas e condições de trabalho permeadas por várias classes de risco.

Reafirmar seu compromisso institucional de defesa dos pós-graduandos frente às políticas públicas e ações dos órgãos de fomento, indução e estruturação da pesquisa no país e nos estados nos quais a Fiocruz está presente.

TESE: VIII CONGRESSO INTERNO FIOCRUZ E A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES

CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA DE ESTUDANTES FIOCRUZ

Pauta: VIII Congresso Interno Fiocruz

Data: 30/10 (segunda-feira)

Horário: 12h30 – 13h30

Local: Auditório Emmanuel Dias – Pavilhão Arthur Neiva ( Campi Manguinhos)

Haverá transmissão virtual para as unidades regionais.


 

Segue a tese redigida pela APG. Informamos que as sugestões relativas à mesma deverá ser enviada por email para apgfiocruzrio@gmail.com

TESE

Preparar profissionais para o Sistema Único de Saúde, público e universal, é definitivo para os rumos do país. A continuidade de um projeto democrático passa necessariamente pela formação de novos quadros comprometidos com o desenvolvimento nacional e com a superação das desigualdades. A inclusão e permanência de populações historicamente excluídas dos processos de produção do conhecimento é estruturante para a Fiocruz do futuro.

QUESTÃO / FUNDAMENTAÇÃO

Como atuar de maneira estratégica na formação de profissionais para a Fiocruz e para o SUS, considerando o caráter estrutural da renovação e ampliação de quadros de maneira inclusiva e democrática?

A presente conjuntura apresenta uma cruel contradição: ao mesmo tempo em que altas taxas de desemprego no país se reconfiguram em trabalho informal, precarizado, terceirizado, sem vínculo empregatício nem direitos trabalhistas, cresce também a demanda por qualificação profissional em especializações e pós-graduações. As políticas neoliberais de austeridade implementadas pelo governo Temer, como a reforma trabalhista e o contingenciamento do orçamento público pela Emenda Constitucional 95, causam um agravamento das condições de desamparo ao trabalhador.

A Fiocruz, por meio da pós-graduação lato sensu, possui caráter estratégico na formação de profissionais comprometidos com o SUS e com a manutenção de seus princípios e de sua integridade. Proteger e assistir o aluno de pós-graduação é um ato político para garantir a continuidade do projeto da instituição, especialmente nas condições adversas de desmonte da saúde e de precarização do trabalho. Defender o pós-graduando é defender a Fiocruz e, portanto, o SUS e a saúde como direito de todos.

A pós-graduação stricto sensu, por sua vez, é a principal constituinte dos processos de pesquisa científica dos quais a comunidade da Fiocruz tanto se orgulha. Sem mestrandos, doutorandos e demais bolsistas não há caracterização do vírus zika, não há pesquisa de doenças negligenciadas, a cadeia produtiva da Fiocruz não avança e não há como se pensar melhorias para o SUS e para a saúde brasileira. Dessa forma, a instituição precisa ter uma política institucionalizada de assistência estudantil, que garanta a continuidade do amparo e da permanência do pós-graduando, independente da conjuntura político-social e das flutuações de interesses de governos e gestões.

O desamparo do pós-graduando, especialmente na atual conjuntura, resulta em sofrimento mental e na dessolidarização. A ausência de políticas de assistência estudantil reflete-se na formação de um perfil de estudantes elitizado e descomprometido com os interesses públicos. Dessa forma, além de fomentar a permanência é necessário permitir também que se diversifique o perfil do ingressante.

A atual conjuntura apresenta mais uma particularidade à composição da pós-graduação. As políticas afirmativas de cotas sociais e raciais, junto com políticas de inclusão ao ensino superior, como Fies e Prouni, adotadas na última década diversificaram significativamente o perfil do egresso da graduação e do potencial aluno de pós-graduação.

A pós-graduação, historicamente reservada às elites financeiras e intelectuais, tem a possibilidade sem precedentes de diversificar seus componentes. Nós acreditamos, portanto, que é obrigação da instituição assegurar a democratização do direito à pós-graduação como forma de dar continuidade à superação dos mecanismos estruturais de manutenção das desigualdades.

Salientamos a importância de incluir nos processos de especialização profissional e de produção científica pessoas de todos os estratos sociais, gênero, raça e etnia. Primeiro porque uma medida inclusiva nesse sentido se refletiria na diversificação dos componentes do mercado de trabalho, do SUS e do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Segundo porque os atores que participam da ciência são constituintes do conhecimento gerado e, portanto, alteram substancialmente esses saberes. Permitir que as populações marginalizadas participem diretamente das dinâmicas de produção de conhecimento é fomentar a ciência cidadã, interessada nos problemas locais e específicos a essas populações. É, ultimamente, defender o SUS em sua universalidade e considerar as particularidades de um país com a dimensão e diversidade continentais do Brasil.

DIRETRIZES POLÍTICO-INSTITUCIONAIS DA FIOCRUZ

Garantir a promoção da assistência e da qualidade de vida dos profissionais em processo formativo que frequentam a instituição por meio da aprovação de uma Política Institucional de Assistência Estudantil.

Garantir o transporte dos estudantes até a Fiocruz ao permitir o acesso desses aos transportes institucionais e ao ampliar essas iniciativas.

Assegurar condições adequadas de moradia aos estudantes que necessitarem, através de seleção pública, como compromisso estrutural na formação de pessoas e de inclusão na direção romper com as desigualdades.

Subsidiar restaurantes que forneçam alimentação saudável e diversificada a preços populares e compatíveis às possibilidades financeiras dos estudantes da Fiocruz, como critério de licitação, contratação e cessão de espaços.

Adotar políticas afirmativas de cotas raciais e sociais para garantir a inclusão de grupos historicamente excluídos em todos os programas de pós-graduação da Fiocruz.

Assegurar vagas nas creches para os filhos das mães estudantes, para garantir que mulheres não tenham que abandonar os processos formativos devido à maternidade e evitar assim uma injustiça de gênero.

Desenvolver políticas institucionais de assistência psicológica e contra o assédio ao estudante da pós-graduação.

Garantir representatividade estudantil democrática nas instâncias de gestão da instituição. Assegurar o direito a voto da classe dos estudantes nos processos eleitorais institucionais.

Superar a médio e longo prazo todos os mecanismos de precarização da vida, como comprometimento inalienável das instituições de saúde.

Reafirmar seu compromisso institucional de defesa dos pós-graduandos frente às políticas públicas e ações dos órgãos de fomento, indução e estruturação da pesquisa no país e nos estados nos quais a Fiocruz está presente.

 

VIII CONGRESSO INTERNO FIOCRUZ E A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES

CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA DE ESTUDANTES FIOCRUZ

Pauta: VIII Congresso Interno Fiocruz

Data: 30/10 (segunda-feira)

Horário: 12h30 – 13h30

Local: Auditório Emmanuel Dias – Pavilhão Arthur Neiva ( Campi Manguinhos)

Haverá transmissão virtual para as unidades regionais.


Este ano os estudantes participarão como observadores, em uma delegação, composta por estudantes de nível médio técnico e de pós-graduação das unidades do país.

 

É importante ressaltar que o formato do congresso de 2017 permite que todos os estudantes façam proposições e sugestões às teses. Desta maneira, a consulta interna, uma das formas de contribuição da comunidade Fiocruz com o Documento Base do VIII Congresso Interno, está disponível até 30/10. No vídeo, integrantes da Comissão Organizadora do congresso explicam como funcionará essa nova ferramenta de participação e também falam sobre como o documento-base está construído. https://youtu.be/GP9_lZ5utqM

Estão disponíveis também os vídeos dos seminários preparatórios para o congresso.

1º Seminário Preparatório: “Os Desafios para a saúde global no contexto de ampliação das desigualdades e dos riscos ambientais e tecnológicos: reflexões sobre a Fiocruz do futuro”

https://youtu.be/Hs_ERYE5VEE

2º Seminário Preparatório: “Os Efeitos da Recessão Econômica (e seus remédios) sobre a Saúde e o Futuro do SUS”

https://youtu.be/-rO65OIcepU

3º Seminário Preparatório: “Desafios da Ciência, Tecnologia e Inovação para um Projeto de Desenvolvimento e Soberania Nacional”

https://youtu.be/xNuvwI37zn8

4º Seminário Preparatório: “Democracia no Brasil e Projeto Brasil Nação: o papel da Fiocruz”

 

Acompanhe nossa página no Facebook: https://fb.com/apgfiocruz/.